ANTERO DE QUENTAL (1842-1891)
Poeta, pensador, ensaísta e activista político, foi um dos precursores das chamadas «Conferências Democráticas» e um dos principais introdutores do socialilsmo revolucionário em Portugal, destacando-se enquanto jovem estudante em Coimbra como animador cultural e ideológico.
Considera-se que se trata do expoente máximo da Geração de 70 e dos chamados «Vencidos da Vida», sendo a sua obra indistinguível na prática da profunda crise espiritual que o abalou e fortemente marcada pelo tema da morte e pela influência não apenas dos socialismos de Proudhon e Michelet senão também pelas do hegelianismo, do cristianismo e do budismo.
Padecendo de um mal-estar que o afectava pelo menos desde a morte de seu pai e que foi atingido da cor de um obstinado e sombrio pessimismo os seus escritos, adquiriu na sua cidade natal o revólver de que a II de Setembro se serviu para disparar em frente a um letreiro rezando «Esperança», no jardim de um convento, os dois tiros com que pôs termo à vida.
Odes Modernas (1865), Causas da Decadência dos Povos Peninsulares (1871) Primaveras Românticas (1875), Sonetos Completos (1886), e Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX (1890) são obras suas que se podem destacar.
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O PALÁCIO DA VENTURASonho que sou um cavaleiro andante.Por desertos, por sóis, por noite escura,Paladino do amor, busco anelanteO palácio encantado da Ventura!Mas já desmaio, exausto e vacilante,Quebrada a espada já, rota a armadura...E eis que súbito o avisto, fulguranteNa sua pompa e aérea formosura!Com grandes golpes bato à porta e brado:Eu sou o Vagbundo, o Deserdado...Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!Abrem-se as porta d'ouro com fragor...Mas dentro encontro só, cheio de dor,Silêncio e escuridão - e nada mais!
*************Colaboração do Primo José Fabiano, mineiro radicado em Faro - Pt
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