quarta-feira, 20 de junho de 2018

Vendo a Morte - Soneto * Manuel Laranjeira - Pt

*Vendo a Morte / Manuel Laranjeira - Pt*

Colaboração do primíssimo Escritor José Fabiano, mineiro residente em Faro - Pt:

Do livro "SUICIDAS" Antologia de Escritores Suicidas Portugueses, de Pablo Javier Pérez López, que se ocupa dos poetas Camilo Castelo Branco, Antero de Quental, Manuel Laranjeira, Mário de Sá-Carneiro, Florbela Espanca e Barão de Teive, transcrevo o soneto "Vendo a Morte", de Manuel Laranjeira (1877-1912):

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Em tudo vejo a morte! e, assim, ao ver
que a vida já vem morta cruelmente
logo ao surgir, começo a comprender
como a vida se vive inutilmente...

Debalde (como um náufrago que sente,
vendo a morte, mais fúria de viver)
estendo os olhos mais avidamente
e as mãos prà vida... e ponho-me a morrer.

A morte! sempre a morte! em tudo a vejo
tudo ma lembra! e invade-me o desejo
de viver toda a vida que perdi...

E não me assusta a morte! Só me assusta
ter tido tanta fé na vida injusta
... e não saber sequer para que a vivi!
*

Um comentário:

  1. Primo Antonio:
    Você sempre generoso!
    Obrigado por me ajudar a divulgar a boa poesia, aquela que se lê e que se entende.

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